domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alzheimer- doença ou demência?

No início, são pequenos esquecimentos, os nomes das pessoas ou de lugares, a memória recente começa a se deteriorar, um explicação deve ser dada diversas vezes, por que o cérebro não está mais filtrando as informações, depois começam esquecimentos que podem ser até mesmo perigosos, como deixar o gás aberto. Aí vai chegando um estágio em que os hábitos, mesmo há muito tempo cultivados, podem começar a se perder, como o da higiene pessoal, da alimentação e o trabalho. O prejuízo da memória é aproximadamente linear, começando pelos fatos mais recentes e perdendo por último as recordações mais antigas.
É no aprendizado de tarefas novas onde melhor se avalia o início da demência, porque o esquecimento como fato isolado não é suficiente para realizar o diagnóstico. Com os prejuízos nas atividades mentais, o comportamento geral se altera, podendo tornar-se inconveniente, de cunho obsceno ou grosseiro, por exemplo.
Por questões de definição, qualquer pessoa pode tornar-se portadora da doença, desde uma criança até um idoso. Independentemente da causa, qualquer um que venha a sofrer uma perda abrupta ou gradual das funções mentais acima mencionadas, enquadra-se no diagnóstico. Um jovem que sofra um acidente de carro com danos mentais irreversíveis poderá se tornar um jovem demenciado.
O tratamento ainda não existe, a maneira mais certeira de se descobrir uma demência ainda no começo é fazendo testes neuropsicológicos. E o tratamento mais indicado são as atividades mentais, o cérebro precisa ser estimulado. E as atividades físicas também estimulam a liberação de substâncias que "melhoram" o funcionamento do sistema nervoso central (SNC).
            Acordada no meio da noite, 4 da manhã, aguarda a visita que está para chegar. “eles telefonaram que estão chegando” conta. As pessoas que aguardava já haviam falecido há mais de 30 anos. Apesar de se recordar de tempos remotos, ela faz esforço para lembrar e se situar no espaço em que está, minutos depois, já não se lembra mais do que acabou de contar, isso decorre também com freqüência em relação à memória visual. O esquecimento de acontecimentos recentes foi o primeiro sintoma que Sonia,( nome fictício) 77, manifestou da doença de Alzheimer, diagnosticada em 2002.
            O Alzheimer é composto por três fases. Na fase inicial, o paciente costuma manifestar distração, dificuldade para se lembrar de nomes e palavras e desorientação em ambientes familiares. Na fase intermediária, os principais sintomas são perda marcante da memória e da atividade cognitiva, diminuição do conteúdo da fala e alterações de comportamento como agressividade. Na fase avançada, a fala vai desaparecendo, e a pessoa passa a ter dificuldade para andar, engolir alimentos e controlar a bexiga.
            Estima-se que no Brasil pelo menos 1 milhão de pessoas sofram do problema e, no mundo, 18 milhões. O diagnóstico definitivo só pode ser feito após a morte pela biópsia do tecido cerebral, mas é possível detectar a doença em vida mediante a exclusão de outras enfermidades relacionadas e exames. O Alzheimer leva à morte e não tem cura, mas há medicamentos que aliviam os sintomas em alguns pacientes.
            Dica: O Lugar Escuro- de Ligia Seixas (ed. Objetiva). O livro parte do “marco zero” da doença de sua mãe, acometida de Alzheimer e os outros males senis, Arma-se feito seção de psicanálise. Mas não se trata de desabafo. E sim de construção literária. Ao visitar a mente enferma e de revelar a convivência com a loucura, “algo que contamina, entra pelos poros, vai tomando conta de você” diz a escritora.

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